segunda-feira, 16 de maio de 2016

Batismo no Espírito Santo


Eu vos batizei com água; Ele, porém, vos batizará no Espírito Santo (Mc 1, 8).

O derramamento do Espírito Santo é uma graça que se renova dia após dia. Ao recebermos o sacramento do batismo, o Senhor nos enche de uma sabedoria capaz de compreender a vontade de Deus. Somos gerados como filhos de Deus e participantes do corpo de Cristo que é a sua igreja.

Apesar disso, muitas vezes não acolhemos a sua misericórdia e muito menos a sua vontade. Diante de muitos desafios da vida, nos afastamos de Deus, dos seus planos e projetos. Mesmo caminhando na Igreja, escutando a sua palavra, não nos deixamos conduzir por Ele. Este fato aconteceu até mesmo com os discípulos. Caminhavam com Jesus, viram as suas curas e milagres, participaram do seu ministério, escutaram as suas parábolas, mas ainda assim faltava uma experiência profunda com Ele. Onde estavam os discípulos enquanto Jesus era interrogado no pátio? Pedro, o nega quando questionado sobre o homem de Nazaré; outro episódio, a palavra de Deus nos traz após a ressurreição: os discípulos se prostram diante do corpo ressurreto, ainda assim, alguns tiveram dúvidas Mt 28,17). Depois da sua morte, apesar dos discípulos terem tido toda esta experiência com Jesus, voltaram à “vida velha”. Jesus os encontra após a ressurreição na profissão antiga: estavam pescando (Lc 21,2).
Na Igreja, muitos estão desta forma: Participam de atividades pastorais, são ativos em seus movimentos, mas não tem animo na sua vida espiritual e quando a situação é contrária aquilo que esperam, voltam à vida velha constantemente. Somente através da ação do Espírito Santo é que podemos ter uma vida de testemunho autentica. Podemos notar que só a partir do dia de Pentecostes é que Pedro tem a coragem de se levantar e testemunhar a ação de Deus. O próprio Jesus chama esta graça de batismo no Espírito. João batizou com água, vocês, porém daqui a poucos dias, serão batizados com o Espírito Santo (At 1, 5). Entraremos agora no que significa esta graça.
O batismo no Espírito Santo, não é uma invenção humana, é uma invenção divina. É uma renovação do batismo e de toda vida cristã, de todos os sacramentos[1]*. Esta declaração expressa de fato que, essa experiência é uma das maiores realizações das promessas que Deus anunciou pelos profetas e cumpriu por meio da nova aliança através de Jesus Cristo, pois nos leva a uma nova dimensão de vida através da conversão e auto-reflexão.
Sabemos que não se trata de um novo sacramento, mas de uma RE-novação espiritual do nosso batismo. O batismo no Espírito Santo nos leva a olhar para dentro de nós mesmos e percebermos que precisamos de uma aliança com o Senhor, através do reconhecimento das nossas fraquezas e da nossa vontade de sermos criaturas novas. Por isso a necessidade de relembrar que o maior efeito do batismo no Espírito é reativar os dons de santidade que desativamos pelo afastamento de Deus.
A principal característica do Batismo no Espírito Santo é uma mudança interior. Entendamos então, que só a partir desta mudança interior é que se pode compreender e aceitar os mistérios revelados pelo Espírito Santo. Ainda não encontrei alguém que tenha passado pela experiência do Batismo no Espírito Santo que não tenha obtido um amor maior pela igreja, pelos sacramentos, pelos sacerdotes e por Nossa Senhora. O próprio Raniero Cantalamessa segue dizendo: Para mim, foi uma renovação de minha profissão religiosa, de minha confirmação, de minha ordenação sacerdotal. É um “nascer de novo” e, isso se dá através do nascimento do Espírito Santo (Jo 3, 5).
Teoricamente a oração em línguas não é característica principal da Efusão do Espírito, porém, geralmente este dom aparece logo após a Efusão. Muitos podem ser batizados no Espírito sem, no entanto, se abrirem a esse dom por causa do bloqueio pessoal. A conversão é a principal característica do Batismo no Espírito. Só pode compreender este fato quem se deixa conduzir pelo Espírito Santo.
Quem precisa receber o Batismo no Espírito Santo?
Todo cristão batizado deveria experimentar desse derramamento, pois a renovação carismática não é apenas um movimento, como dizia o Cardeal Suenes[2], é uma corrente de graça para toda a igreja católica. Ela não é um simples movimento a mais na igreja, mas é a própria igreja em movimento pelo poder do Espírito Santo.
A missão da RCC e das novas comunidades é levar a todos os cristãos à experiência do batismo no Espírito Santo. Também o Papa Bento XVI ainda como Cardeal e prefeito da congregação da Fé, em uma entrevista ao jornal italiano Vitório Messori disse: Certamente [a Renovação no Espírito] trata-se de uma esperança, de um positivo sinal dos tempos, de um dom de Deus para nossa época. Em 2008 na festividade do batismo de Jesus, depois de uma missa celebrada na capela Cistina, quando batizou 13 crianças, saiu após a solenidade para rezar o ângelus com as milhares de pessoas ali presentes e disse: “Toda a missão de Cristo se resume nisto: Batizar-se no Espírito Santo para livrar-nos da escravidão da morte e "abrir-nos o céu", quer dizer, o acesso à vida verdadeira e plena". A partir da experiência pentecostal vivida pelos discípulos, observa-se que o primeiro dom manifestado foi o de línguas conforme relata Lucas nos Atos dos apóstolos: Apareceram então uma espécie de línguas de fogo que se repartiram e repousaram sobre cada um deles(At 2,4). Depois de repartidas essas línguas observe que no versículo posterior eles começam a falar em línguas conforme o Espírito Santo concedia que falassem (At 2, 5).

(Trecho extraído da Apostila de Formação "Escola de Dons Carismáticos de Emanuel Machado)




[1] Testemunho pessoal do Fr. Raniero Cantalamessa, que desde 1978 é pregador da casa Pontifícia, em entrevista concedida à agência Zenit em Castel Gandolfo, em 25/07/03.
[2] Cardeal Suenes, delegado do Papa Paulo VI e, depois, de João Paulo II.

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Desafios na Oração

A oração é um impulso do coração, um simples olhar lançado para o céu, um grito de gratidão e amor tanto no meio da tribulação como no meio da alegria
(Santa Terezinha     do Menino Jesus).



Destaco aqui três características da Oração:
1. É uma necessidade humana mas que transcende a nossa realidade  - Ora se a oração é um impulso do coração, significa que a nossa condição humana, a nossa vontade e consciência devem antes de tudo estar dispostas a fazer esta experiência. O grande desafio será, portanto, permitir que o nosso coração se volte para o céu mesmo diante das tribulações. Muitos tem a visão errada da oração; Como se ela partisse de Deus ou como se fosse algo mágico. Precisamos ter esta consciência: O desejo de orar é nosso, por isso, sentimos preguiça, cansaço e nos tornamos indispostos. Somente uma disciplina nos manterá no foco da oração. Desta forma, um simples esforço humano é capaz de nos fazer adentrar em uma dimensão espiritual.

2. Deve levar a um compromisso antes de tudo consigo mesmo - A oração não deve ser um emaranhando de palavras. Jesus nos ensinou o seguinte: "Não multipliqueis as palavras como fazem os pagãos que julgam já serem ouvidos à força de suas palavras" (Mt 6,7). Queremos que Deus realize por "força das nossas palavras", queremos que Ele faça de acordo com nosso tempo e nossa vontade; Os show da fé, a hora marcada do milagre, a falsa sensação de ter Deus como nosso servo. Devemos entender a oração como um compromisso antes de tudo com aquilo que falamos. Por exemplo: Se pedimos pureza em nossa oração, devemos agir de modo que aquilo que pedimos se realize também por força da  nossa ascese. Uma oração sem compromisso que não gera conversão não alcança o céu.

3. Deve ser sempre simples espontânea e sincera - "Acheguemo-nos a Ele com coração sincero, com plena firmeza na fé, o mais intimo da alma isento de toda mácula de pecado e o corpo lavado na água purificadora do batismo" (Hb 10,22). Esta carta dá os passos para que a nossa seja eficaz e toque o coração de Deus.
  • Coração sincero (Uma oração livre no Espírito; um diálogo de corações)
  • Firmeza de fé (Sem fé é impossível agradar a Deus (Hb 11,6). Uma fé decidida e que nos leve além das nossas limitações. Uma fé que toca o céus mas não esquece dos pés fincados ao chão.
  • O mais intimo da Alma isento do pecado - Uma oração sem um coração arrependido não ultrapassa o teto. A confissão, a busca constante da misericórdia e da pureza são elementos essenciais para nossa oração. Devemos buscar diariamente a nossa própria conversão, pois sem isso, a nossa oração se torna ineficaz.
  • O corpo lavado na água purificadora - O Batismo no purificou. A nossa oração deve ser conduzida pelo Espírito Santo. Ele nos ajuda de modo concreto e até perfeito. Pedir o batismo no Espírito Santo deve ser uma atitude diária. Ele nos levará à intimidade necessária do coração do Pai.            
                                 (Emanuel Machado)

quarta-feira, 4 de maio de 2016

FAÇA-SE!




"Maria, mesmo sem compreender a totalidade do mistério diz: FIAT” (faça-se). Uma vocação autêntica não é a que busca compreender o porquê para assim dar uma resposta, mas aquela que se deixa formar durante o processo de sua caminhada. O Segredo de qualquer vocação não é fazer aquilo que gosta, mas gostar do que faz. Quem faz apenas o que gosta, nunca conseguirá chegar até o fim, pois sempre que cansar, vai desistir; mas aquele que ao abraçar um chamado, começa a gostar do que faz, pode ser capaz de ir até o fim. Uma vocação tem desafios! Sair do mundo de fantasias para acolher a "espada de dor que transpassará a alma" é necessário para completar uma missão! A cada dia sentimos esta espada inquietar o nosso coração para respondermos de modo sincero e com fidelidade ao Senhor. Olhando para Nossa Senhora, percebemos que não é fácil suportar as dores do chamado, mas é possível, pois quem se deixa transbordar da graça de Deus é capaz de permanecer de pé Diante da Cruz. Ir até o fim, eis o nosso desafio!

                                                                 (Emanuel Machado)


Imaculado Coração de Maria: Nós nos consagramos inteiramente a vós!

O que é a benção Urbi et Orbi?

A expressão latina “Urbi et Orbi” significa “à cidade [de Roma] e ao mundo”. Esse é o nome dado à bênção pronunciada pelo Papa na saca...