sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Os amigos do paralítico


Confira: Lc 2, 1-12

Esta narrativa nos traz fim de um drama que o evangelista não esmiúça aqui. A história de um homem que por causa de quatro amigos consegue chegar até Jesus e assim ter a sua cura. A bíblia não conta a sua história de vida até o momento em que consegue se aproximar do cenário da sua restauração. Meditando sobre esta palavra, permiti que o Espírito Santo me trouxesse um pouco da triste história deste homem até o momento de sua cura.
Observo aqui que este episódio se torna um tanto tenso por conta da ironia dos fariseus, o contexto me faz perceber uma vida de dor e sofrimento apresentada na casa onde Jesus se hospedara. Um homem aqui apresentado sem sonhos, cheio de dores, sofrimentos, amargura, decepção, etc. Imagine só um homem com uma paralisia. Apesar de não ser narrado o tipo de paralisia, sabemos que esta enfermidade é um estado que deixa o homem inamovível em qualquer parte do seu corpo. Certamente pelo estado que o homem foi apresentado, parece-me que sua paralisia era total.
Quantas noites terríveis, quantos se diziam amigos e o deixaram quando ele mais precisava. Onde estava a família? Certamente o haviam abandonado, pois não é a sua família que faz o esforço de levá-lo ao Senhor. Quantas noites esse homem levantou para relembrar de suas mazelas. Um homem que certamente dependia até mesmo dos outros para ir ao banheiro. Quantas vezes a única testemunha de sua dor era aquele quarto escuro, o seu travesseiro e a sua maca. Ouvia dizer apenas do poço de Betesda, porém ficava distante de e apenas uma vez por ano o anjo tocava na água. Certamente neste estado de inamobilidade a sua esperança dava cada vez mais lugar ao desespero e solidão. 
Durante várias vezes estes amigos ficavam ali contando histórias, sorrindo para amenizar a sua dor, buscando algum meio para que o paralítico deixasse por instantes a sua solidão. 
Alguma destas noites em que na porta da sua casa, experimentado eles mesmo a rejeição dos que se diziam amigos da lei, pois pessoas nesta situação eram julgadas por causa da sua enfermidade; eram tidos como amaldiçoados. Como consequência, os seus amigos eram rejeitados também por todos. Um dia observaram uma correria não muito rotineira. Curiosos e confusos, eles vêem pessoas que antes tinham enfermidades e agora estavam curados. Então passam a colher uma esperança no fim do túnel. Correndo eles vão se aproximando do vai e vem do povo que parecem estar agitados. Ieshuá era o motivo daquela agitação. Então se reúnem e agora o desafio é convencer o paralítico a quer ir até Jesus. Não seria tão fácil, pois este homem por haver perdido seus sonhos, já não acreditava mais que alguém poderia lhe devolver a sua alegria. Ele não tinha condições de se locomover, então resolvem levar com cama e tudo. Talvez sem acreditar, ele concorda. Então os amigos trocam o amarram junto à maca e o levam. 
Chegando próximo a casa, um desafio: a multidão. A multidão é o combate a ser superado antes da sua cura. A palavra nos revela que eles tiveram que destelhar a casa. Significa que a multidão não teve compaixão do homem. Não houve alguém com misericórdia a ponto de permitir ou dar espaço para que o homem entrasse pela porta. Era mais um desafio para os amigos do paralítico. Eles, porém, não desistiram, e com sua atitude, conseguem comover o mestre.
Chegando ao final desta história comovente, no momento em que o paralítico é descido por cima do telhado, entra em ação aquele que sonda as profundezas do coração do homem. Ao passar o olhar rápido sobre o paralítico, Jesus se impressiona com a fé dos seus amigos (Vs) E vendo-lhes a fé. Jesus percebe que aqueles homens não mediram esforços. Depois volta o seu olhar para o paralítico e perdoa seus pecados o que causa um mal estar para os fariseus ali presentes. Na verdade Jesus curava primeiramente o seu coração. Foi onde ninguém podia perceber. Jesus com o olhar de misericórdia percebe nos olhos fundos daquele homem o que a rejeição havia lhe dado. Uma cura profunda acontece. Era necessário que o homem estivesse com sua maca, como morto. A maca representava toda a sua solidão. Isso provoca murmurações naqueles que já o procuravam para traí-lo. Jesus vai além dos pensamentos e depois de repreender os que o criticavam, mais uma vez olha para o paralítico e com uma ordem faz com o que o paralítico saia da sua maca a vista de todos.
Jesus se alegra com a atitude daqueles que não impõe limitações para interceder pelos outros. A insistência dos amigos daquele homem foi a causa de Jesus manifestar o seu poder. Muito mais do que uma cura física, Jesus ao perdoar devolve aquele homem para sociedade de forma digna. Aquele homem sai de cabeça erguida, e nos ensina que não há limites para o poder de Deus. Não desista das pessoas. Jesus continua agir através daqueles que apresentam paralíticos a Ele. Através do seu perdão, ele quer restaurar a sua vida e a sua história. Creia! Ele morreu e na cruz e ressuscitou ao terceiro dia. Os teus pecados estão perdoados!

      

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A expressão latina “Urbi et Orbi” significa “à cidade [de Roma] e ao mundo”. Esse é o nome dado à bênção pronunciada pelo Papa na saca...